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Descrição

o cd Gozos da alma, do poeta e letrista Geraldo Carneiro. Gozos da alma/ À flor da língua é um belo álbum que traz um encarte-livreto-de-poemas (À flor da Língua) e um cd das canções de Geraldo (Gozos da alma), em parceria com Francis Hime, Wagner Tiso, Jacob do Bandolim, Egberto Gismonti, Astor Piazzola, John Neschling, Eduardo Souto Neto e Nando Carneiro.

O poeta Geraldo Carneiro é homem das palavras – “sou animal em surto de poesia/ devoto das revoltas do lirismo,” (...) “sempre fui traficante de palavras/ falácias, florações, flores do mal” (...) “me deleito no leito da poesia/ a deusa que me acolhe com constância” (...) “a poesia é o pó que me incendeia/ o resto é o sol que gira ao meu redor”.

O homem Geraldo Carneiro é poeta das palavras – não “em estado de dicionário”, mas vivas, pulsantes em seus múltiplos canais. Além de poeta e letrista, ele milita também por outras áreas como o cinema e a televisão. Carneiro adaptou para a tv o romance “O sorriso do Lagarto”, de João Ubaldo Ribeiro, e mais recentemente foi um dos redatores da minissérie JK.

O que me impressiona em Geraldo Carneiro é sua erudição, sua delicadeza e sua simplicidade. Com os cabelos longos que lhe conservam o ar juvenil dos tempos em que era um dos poetas mais jovens da chamada “poesia marginal”, esse mineiro de Belo Horizonte flana pelo Rio de Janeiro como se carioca fosse. O poeta circula solto pela fina flor da cidade, da zona sul aos redutos do mais puro samba de raíz. Um dos maiores luxos é participar de suas oficinas literárias que funcionam aos sábados no Centro Cultural Cartola, na Mangueira.

O álbum Gozos da alma denota bom gosto e lirismo. As letras de Geraldo Carneiro exaltam a paixão, as mil e uma faces do amor que o filiam ao cânone de todos os tempos, Camões, Shakeaspeare, Dante. A atmosfera ultra-romântica da canção “Olha a lua”, que me leva ao filme “A voz da Lua”, de Fellini, mostra o poeta enamorado pela musa-lua, sua confidente nos tormentos existenciais: “Olha a lua/minha doida, minha triste colombina/conta por que sofres tanto assim/ será que é pouca/ a minha alma louca de arlequim/ e dentro de mim um sonho danado/ de viver embriagado/pelo lado avesso?”. Não é que aqui Geraldo Carneiro parece ter se apossado um pouco de seu conterrâneo Alphonsus de Guimraens, quase se assumindo como uma espécie de um Alphonsus pós-moderno?

“Olha a Lua” foi escrita em 1979, em parceria com o maestro John Neschling. A primeira versão, gravada pela cantora Olívia Byington em 1980, levou um arranjo diferente da versão atual, em que ela canta apenas acompanhada pelo violão de Pedro Jóia. A voz de Olívia, uma “soprano quase lírica”, se casa muito bem com o acompanhamento do violão. O arranjo possibilita um encaixe perfeito com a letra de Geraldo Carneiro, recriando a ambiência romântica do tempo dos violeiros.

“Gozos da alma”, parceria com Francis Hime e que dá título ao cd, é um samba pungente. A letra é uma mistura de fragmentos do poeta barroco John Donne e fragmentos de poemas do próprio Geraldo Carneiro: “Gozos da alma, estou partindo agora,/ chegou a hora de partir, mas não/ te deixo só porque não pode ser,/ porque deixei todo o meu ser contigo,/ não pode ser porque te levo em mim,/ vou te levar comigo até o meu fim”. Francis Hime, aliás, é um dos parceiros mais constantes do poeta, tanto que o pianista, maestro e arranjador lançou recentemente seu “Arquitetura da flor”, que é quase inteiramente dedicado à sua parceria com Geraldo Carneiro.No pequeno livro de poemas que acompanha o cd, intitulado “À flor da língua”, figuram poemas românticos e essencialmente metalingüísticos. A musicalidade forte se faz sentir também nesses poemas, que em certos momentos parecem se comunicar com a sonoridade e o ideal de “sublime”, presentes na estética simbolista: “soníferos eu lanço contra as feras/ que me devoram a solidez do sono./ a solidão em si não me apavora./os outros são o inferno, o purgatório/ e às vezes são também o paraíso”.

Geraldo Carneiro transita entre eros e tanatos: sereias, estrelas, luas, noites, sonhos, paraísos, feras, flores, primaveras, outonos, navios, loucuras, revoltas... A vida pulsa na dor e na alegria que escorrem de seus versos. “É melhor ser alegre que ser triste”, já dizia Vinicius, outro poeta da paixão. Carnavalizar é uma das saídas existenciais que Geraldo Carneiro aponta, como quer o poema visual que reproduz a vida-só-liberdade-solidão de uma ave:


A vida é uma vida só
A vida é uma ávida
A vida é uma ave
A vida é uma
A vida é
Só uma




Biscoito Fino reedita 'Gozos da Alma', segundo disco de Geraldo Carneiro

Parceiro de compositores como Astor Piazzolla (1921 - 1992), Egberto Gismonti, Francis Hime e Wagner Tiso, o poeta e escritor Geraldo Carneiro fez o inventário de sua obra musical em seu segundo disco, Gozos da Alma, lançado originalmente em 2007 como o terceiro título da coleção Poetas da Canção, série do selo Sesc Rio.Som. Embalado em caixa que agregava o livro de poemas À Flor da Língua, em edição de pouco alcance, Gozos da Alma ganha reedição nacional pela gravadora Biscoito Fino neste mês de dezembro de 2011. Das doze canções do disco, sete foram gravadas especialmente para o sucessor de Por Mares Nunca Dantes (2003). Olivia Byington revisitou Lady Jane (clássico underground do repertório d'A Barca do Sol, grupo que cruzou mares indies nos anos 70), Luz do Tango (de Carneiro com Piazzolla), Palhaço (Mais Clara, Mais Crua) - marco da parceria de Carneiro com Egberto Gismonti, fundamental para a consolidação da obra musical do poeta - e Olha a Lua (de Carneiro e John Neschling). Já Danilo Caymmi regravou A Flor e o Cais - letra posta por Carneiro sobre melodia antiga de Wagner Tiso na ocasião do espetáculo comemorativo dos 60 anos do maestro e pianista - e Choro de Nada, título da parceria seminal de Carneiro com Eduardo Souto Neto. O time de intérpretes inclui ainda Lenine (em parceria de Carneiro com Francis Hime, O Amor Passou, Lundu, tema extraído da Sinfonia do Rio de Janeiro de São Sebastião), Mart'nália (em Pau Brasil, outro título da obra de Carneiro com Hime), Zezé Motta (em Rita Baiana, música de Neschling e Carneiro lançada pela atriz e cantora nos anos 70) e Grupo AfroReggae (A Aquarela Dela, do poeta com Anderson Sá, Cosme Augusto, Dinho, Jairo Cliff, Joel Dias e José Junior). A música-título, Gozos da Alma, é de Carneiro com Hime.

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