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Descrição

No canto IX da Odisséia, Ulisses conta que se pôs a rir após escapar de ser devorado pelo ciclope Polifemo, enganando-o com um jogo de palavras: Meu nome é Ninguém. Esse riso de vitória sobre a angústia faz de Ulisses uma espécie de proto-herói cômico, aquele que tem a astúcia de todo mundo e ninguém, a esperteza que Brecht admira nos pequenos-diabos que precisam usar a cabeça para encher a própria barriga. Acompanhá-lo pelas peripécias desta aventura, como Cleise Furtado Mendes faz em A Gargalhada de Ulisses, que a editora Perspectiva publica em sua coleção Estudos, é ver-se diante de um gênero curiosamente fiel a suas obsessões, mas que se reconfigura historicamente, atento aos lances do jogo social e, sobretudo, aos desejos de seus públicos. A catarse cômica é uma experiência que burla a apreensão lógico-racional, passa pelo crivo das paixões e ativa o repertório de imagens, conceitos, afetos e valores do espectador. Para compreendê-la, é preciso deslocar dos seus nichos alguns antigos paradigmas e preconceitos que nublam nossa visão da extraordinária força com que as estratégias próprias da comicidade promovem o efeito catártico em seu ridente receptor. A Gargalhada de Ulisses não cessa de ecoar em nossos textos e cenas, convidando-nos a virar pelo avesso cada verdade definitiva, monocular, e a deixar cair as máscaras do nosso medo onipresente.

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